sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Lembranças...

Hoje um raio de Sol entrou pela janela de meu quarto e me despertou, mas acho que ele não sabia que estava sonhando com ela, não sabia que eu podia sentir mais uma vez minha amada em meus braços, que eu podia achar por um segundo que era realidade, que ela jamais saiu do calor dos meus abraços, que aqueles cabelos longos e escuros se espalhavam entre meus dedos mais uma vez, que aquela pele macia e cheirosa continuava a me hipnotizar.
Nunca vou esquecer-me daquele olhar que me provocava quando ela queria algo, parece que seu cheiro ainda está preso em meu epitélio olfativo, é inolvidável o modo que seus lábios se movimentavam quando ela chamava pelo meu nome, aquele toque de suas mãos em minha nuca, aquela respiração de mulher apaixonada.
Nunca vou esquecer-me do som que seu coração fazia quando eu a abraçava, nunca vou esquecer-me das três palavras que eram compostas por sete letras, que ela sempre me falava, jamais me esquecerei de como suas narinas abriam levemente quando ela sorria de algo, de como seus olhos se fechavam quando ela ficava com raiva, de seu jeito de dormi de bruços com o rosto pro lado que eu me encontrava, para que assim a gente ficasse olhando um pro outro até ela adormecer.  
Porém é inesquecível como esse amor todo acabou, me recordo exatamente cada milésimo de segundo desse momento, cada palavra espinhosa que adentrava no meu ouvido rasgando minha membrana auditiva, cada “porque” que saia do meu aparelho fonador, cada lágrima que foi derramada.
Só sei que nos escombros de minha memória estarão pra sempre recordações nossas...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Felicidade é...


Ser feliz é reconhecer que vale a pena aproveitar cada momento da vida, mesmo com tantas situações inopinadas.
 Ser feliz não é um acaso do futuro, mas uma aquisição de uma passagem para seu interior, para que assim descubra as maravilhas do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser personagem, e se tornar autor e diretor do filme da sua vida. É ter a capacidade de caminhar no deserto com sede, e mesmo assim agradecer por mais um dia de vida.
Ser feliz é não esconder o que sente. É ser locutor de suas próprias mensagens. É ser maduro bastante para voltar atrás nos seus erros. È pedir perdão e perdoa.
Hoje faço da minha vida um canteiro de obras, pois construo minha ponte para tudo e todos, bons ou ruins, pois só assim saberei enfrentar criticas e elogios. Sempre procuro novos caminhos, pois se um dia quiser voltar, escolherei por qual caminho retornar.
Não tenho uma vida superlativa, apenas uso os obstáculos como degraus para subir na vida abrindo as portas da intelectualidade, levando comigo o princípio de nunca desistir de mim...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para ELA:

Cansei de esperar por sonhos que jamais se realizaram,
Cansei de garimpar palavras na tua boca,
Cansei de sentir culpa nas coisas que eu nem disse, mas você me culpou,
Cansei de perder minhas forças lutando por você,
Cansei de falar o quanto eu gosto de você,
Cansei de mostrar que a gente tem tudo pra dar certo, só você não vê,
Cansei de pedir que o tempo não passe, para que assim possa aproveitar mais com você,
Cansei desse sentimento de mão única,
Estou cansado de olhar para o futuro e ver nós dois, coisa que parece que não irá acontecer,
Cansei de mendigar abraços, beijos e até um pouco de atenção,
Bom, cansei de sofrer com essa tortura amorosa, não consigo mais esperar por algo que parece nunca chegar, e não sei ao certo se isso é realmente o que quero, mas, no momento estou desistindo de nós...
E assim com os olhos cheios de lágrimas e respiração ofegante ele termina seu bilhete. Sim bilhete! pois o mesmo não tem coragem de encarar os olhos dela, ele não sabe se teria coragem de falar tudo isso olho no olho, porém, ele jamais a esquecerá...


sábado, 18 de dezembro de 2010

O que sou...


Bem vindo ao meu mundo, quer dizer, a minha ilha, pois é isso que sou. Reservado, isolado, solitário, afastado dos outros por uma barreira imensa de água.
De vez enquanto aparecem alguns cruzeiros, cheio de pessoas, as quais passam certo tempo, aproveitam do meu litoral, dormem ao meu cuidado, admiram-se com algumas de minhas paisagens, porém, logo se vão, e fico mais uma vez sozinho, apenas com o leve toque da maré em minhas bordas de areia.
 Algumas vezes abrigo náufragos, que chegam debilitados, com fome, frio, ficam certo tempo comigo, trato como se fosse uma parte de mim, porém, eu acho que nunca consigo agradá-los, porque sempre estão a espera de um navio que os leve embora. Às vezes recebo pessoas que só querem ficar sozinhas um pouco, e me procuram apenas para passar um tempo, apenas para esquecer  problemas, essas logo vão embora, e deixam seus problemas comigo.
Nunca entendi porque minha vista para o mar, meus coqueiros, minha fauna, meu pôr do sol, o som que minha areia faz quando por ela caminham, nunca consegue valorizar essa parte esquecida do oceano.
Tenho show toda noite, onde existem atrações engraçadas e românticas, mas, o que sei, é que basta terminar a apresentação que todos vão embora, não me queixo de nada, pois aprendi que sou mais um personagem do show, não qualquer personagem, mas “o protagonista”, que significa que nunca vou poder deixar o palco, mesmo que não tenha ninguém para contracenar, mesmo que a platéia esteja vazia, com chuva ou Sol, vou ter que interpretar e decorar todas as minhas falas.
Quem sabe um dia, alguma Tsunami me tira daqui e leva para algum arquipélago, onde irei interagir com outras ilhas, e quem saiba até ser habitado por alguém, quem sabe um dia...



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Diálogo...


            Em uma trade de quinta-feira, nuvens cinza, vento leve, Sol quase indo embora, a Lua já contemplava com sua beleza os meros mortais, ele decide dizer a ela o que tanto sufocava seu sono, decide falar do sentimento que segura seu diafragma e deixa sua respiração curta, não é amizade, sem querer desmerecer esse sentimento tão sublime, mas era o plural de todos as emoções, a junção de todas as sensações inexplicáveis, o amor. Era 17:00 quando eles sentam para esclarecer :
ELE: Oi
ELA: Oi
ELE: Queria te falar algo, sobre a gente.
ELA: Sobre o que tá acontecendo com a gente né?
ELE: Sim
ELE: Queria saber o que tá acontecendo realmente entre nós?
ELA: Eu também queria!
ELE: Eu gosto de você...
ELA: Mas a gente é muito amigo...
ELE: Eu sei, mas porque não tentarmos algo?
ELE: Não, não confio em você. Não quero sofrer...
Ele então recebe essas palavras como um condenado no corredor da morte, que espera por sua hora, porém, os segundos antes da injeção letal maltratam mais do que aquela agulha fria adentrando seu vaso venoso.
ELA: Não quero me evolver agora com ninguém...
Ele sente cada vez mais o peso de cada palavra, que parece afundá-lo naquele banco de madeira.
ELA: Não quero estragar nossa amizade...
Ele então não possui mais forças para dizer se quer um “mas?”, “será que”...
Nos dias que se segue ele percebe que suas ações eram o que o distanciava de sua amada, pra que cortejar todas se ele queria apenas uma? Isso ele entendeu, e hoje não comete os mesmos erros...
Ah, ele sabe que ela vai voltar, porque o que aconteceu com eles foi uma intoxicação do mais belo sentimento, AMOR...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sem Ter Porque...


Mais um fim de ano chega, é época de festas, tudo decorado e ornamentado, luzes e adereços coloridos embelezam ruas e casas, todos esperando pela grande noite de natal, com um sentimento de dever comprido, podendo falar que fez e realizou tudo que queria.
 Como eu queria poder expressar esse sentimento de realização, eu olho pra trás e não vejo nada feito, vejo ruínas de projetos iniciados e não terminados, vejo decisões não tomadas, olhando bem vejo vidas por onde andei e infelizmente não plantei bons frutos, será que não faço nada do jeito certo?  Pergunto-me onde não fui feliz em meus planos? Onde perfurei o tecido que evolve minha vida? Serei uma peça que serve apenas para preencher espaços nas vidas alheias?
O que tenho vontade agora, era voltar pra o ventre materno, onde eu era protegido, onde eu era lembrado, onde eu fazia parte de alguém, onde todos me esperavam ansiosos, porém isso não posso mais. Minha vida é uma estrada que nunca me leva a lugar nenhum, é um retorno de lugar algum para não sei onde. Porque será que nunca vejo aonde chegar? Será que meus receptores oculares estão defeituosos ou algum campo cerebral oculta meus objetivos? Será que sou o único que esconde esse perdedor? Queria fazer algo nesse novo ano que adentra, não precisa ser nada que mereça o premio Nobel, mas algo para que alguém lembrar de mim, será que fracasso tem um significado? Ou tudo acontece SEM TER POR QUÊ?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Culpa...


"Ah, que se o amor não é mais como antes, meu bem,
Deve ser do mundo que gira ou de uma outra mulher a culpa.
Deve ser do tempo que passa e das rugas distantes do rosto,
Mas vistas de longe no fundo da alma;
Do gosto que muda de quando em vez.
Calma! espera por mim (de novo e sempre um carinho se fez).
Não vale a pena sangrar por sangrar, crescer de véspera,
Fugir diante das palmas, lembrar de rolar um pranto, enfim...
Não durma antes de sonhar!"

Maria Gadú

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Futuro...


Hoje me peguei pensando como será daqui alguns anos. Como será depois do fim?Como será o recomeço de uma nova batalha? Mais uma vez juntar o quebra-cabeça das minhas lembranças, as peças da minha vida e colocá-las na gaveta das recordações, mas e depois? Pra onde ir?Qual direção tomar? Será que escolherei a estrada de tijolos amarelos? Alcançarei os meus objetivos? Irá demorar?
Vejo as noticias e me perco entre lugares prósperos para uma construção de vida. Mas será que uma vida social andará de mãos dadas com uma profissional? Será que serei mais um profissional que vira zumbi, pois não tem tempo para diferenciar o começo do trabalho para o inicio de um de volta pra casa?
Tenho tanta duvida que as vezes me sinto Atlas segurando o céu sobre os ombros. Olho no espelho e vejo a mesma face com semblante marcante, olho no fundo dos meus olhos e vejo uma porta, com a mesma tonalidade de verde que reluz nos pigmentos da minha íris, onde posso ler “Futuro”, mas, envolta dela existe um espaço onde o eco dos meus gritos não existe, as paredes são frias e opacas, e um buraco no chão, intimada por ser tão fundo, mas existe uma ponte, velha, de cordas ruídas, que balança a cada passo dado, que pode me levar até a porta, porém, só me falta coragem para atravessá-la. Eu sei que conseguirei chegar ao outro lado, pois existe um cinto de segurança que me prende a ponte e não me deixará cair, esse mecanismo de proteção se chama “Esperança”.
E eu rezo para poder tomar o caminho certo, pois qualquer erro levará para o para o chão não somente eu, mas várias pessoas que acreditam em mim, e sabe o que e pior? E desapontar quem tanto confia em você...


sábado, 11 de dezembro de 2010

Amizade...




Como a amizade consegue ser tão complexa? Deixa uns debilitados, outros bem felizes, nutre as pessoas fracas e constrói o reino dos impetuosos, faz que seus portadores errem e acertem em uma mesma oração. È a redundância mais redundante que já vi.
Com amizade conquistamos tudo e todos, formamos o mundo de outras pessoas e ao mesmo tempo o nosso.  Amigos dividem sua imaginação, mesmo que não pareça,  dividem suas situações embebecidas de tristeza, porque assim nos ensinam a consolar, os amigos usam o dom do perdão mesmo nas vezes que você não seja merecedor.
Amigos de verdade são como as ruínas de uma cidade perdida, mesmo que fiquem esquecidos por muito e muito tempo, sempre estarão lá, basta que os procure. Mesmos separados a amizade é um laço que envolve pessoas. Alguns amigos não são pra sempre, mas sempre acabamos fazendo uma nova amizade, cada vez de forma única.
Prefiro pensar que a amizade é uma epopéia, que eterniza historias ao longo dos tempos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Meu Eu


Eu gosto de tentar coisas impossíveis, gosto de realizar sonhos, gosto de rir das situações inesperadas, tenho medo do desconhecido e do improvável, sou confiante quando estou preparado, sou prepotente quando me desafiam.
Minha vida e trilhada como as linhas de expressões que trago no rosto, às vezes muito nítidas, às vezes precisa olhar de perto pra perceber. Trago um sentimento de confiança tatuado na minha alma, por isso sou sempre o ultimo a abandonar o barco. Minha vida é um biscoito chinês, onde pequenas frases trazem implícito um mundo de interpretações, só que sempre com um vínculo.
Minha personalidade é uma cartola de mágico, ora coloco a mão e tira uma boa mágica, e agrado a todos na minha platéia, porém ora não consigo tirar nada e acabo irritando meu público.
Sou sincero como bisturi na mão de um bom cirurgião, trazendo consigo um corte que pode tirar sua neoplasia, ou por um descuido cortar algum órgão errado e deixar seqüelas pra sempre.
O que eu sei é que tudo pode me machucar, porém eu escolho se vai doer ou não, eu escolho se irá ter uma finalidade relevante ou não, se vale à pena ou não...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sempre termina bem...


Tento insuflar meus pulmões com o ar primordial dos amantes, mas acho que não estou pronto pra tantos raios solares no meu dia de chuva. Ainda está latente a dor dolorosamente doída de uma antiga ferida, que insiste em não cicatrizar. Queria tirar essas lembranças que estão como uma ferida na carne viva.
Quando será que as flores, os dias de Sol, deixaram de trazer recordações carcereiras, que insistem em prender meus sentimentos, quando essa teia deixará de me envolver? O que me dá raiva é só que não sou maduro o suficiente para encarar outra pessoa, ou será que é esse “carcinoma-amoroso” que me convence que ainda não estou pronto? Sabe-se lá. Eu sei que não existi mais nada, quer dizer, ficou sim, o medo, medo de ficar mais uma vez com espinhos no peito, acho que por isso mantenho distancia de todos e de tudo inconscientemente. Faz tempo que me perdi, faz tempo que fico tropeçando pela vida, mas agora sinto um cheiro de prosperidade, sinto que dessa vez vou colocar um curativo definitivo nessa escara.
Às vezes fico parado no lugar olhando o relógio, e quer saber o tempo não passa, mas paciência, porque todas as historias começam sem sentido, são sempre assim...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ela...


Em um instante parece que seu olhar consegue adentrar no intimo do meu ser, gravando em minha memória sua face, e quer saber? Eu gosto disso. Não sei se eu irei ficar em lugar especial em nas suas lembranças, mas o que tenho certeza, é que só em fazer parte delas, já fico feliz. Jamais conseguirei esquecer daqueles lábios envolventes e libidinosos , dos abraços que me enlaçam e me amarram, do cheiro que ludibria meu epitélio olfativo, dos beijos, principalmente dos beijos,  que me levam para a morada dos Deuses, daquele sorrio de canto de boca que ela faz quando sou prepotente, por fim, não esquecerei daquela melanina que enche meus olhos de vida.
Não esquecerei daquelas unhas afiladas, cuidadosamente esmaltadas, cravadas no meu peito, segurando meu coração, como se ela agarrasse o que já é dela, será que ela não percebe isso?
Não me esquecerei dos momentos que com meu olhar, tento recitar poemas que minhas mãos não possuem coordenação motora fina para redigir, mas não sei se ela interpreta.  
O que eu sei, é que não me esquecerei do INESQUECÍVEL...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Raiva!!


"Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo."
                                                                                                                          Mahatma Gandhi

sábado, 27 de novembro de 2010

Preconceito:



É uma atitude discriminatória que se baseia nos conhecimento surgidos em determinados momentos como se revelassem verdades sobre pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente.

domingo, 21 de novembro de 2010

Insegurança...


Sinto que estou perspicaz nos últimos tempos, não sei se os problemas que ocupam minha mente estão favorecendo essa fuga de raciocínio, a todo momento situações inopinadas aparecem, só que eu não consigo contorná-las. Encontro-me com o risório fadigando de tanto contraí-lo. Estou enclausurado na minha caixa craniana, de onde consigo ver apenas as junturas dos ossos, e nada mais.
O que eu queria fazer nesse momento era desviar o olhar e fingir não ver isso tudo, porém, existi uma atração anormal que não permite o desvio do olhar. Estou só, dentro desse mar de desafios sem ter nenhuma bóia salva-vidas. Onde estão minhas conduções sinápticas que não aparecem para me salvar, será que até elas resolveram me deixar ao desamparo?
O fato é que sinto a totalidade da natureza dos problemas que um filósofo põe a si próprio, uma problemática que não possui réplica. O que fazer? Não sei. A certeza que tenho é que preciso me habituar com essa nova vida, por isso cada dia que passa fico procurando qual frente tomar para resolver tudo.
Queria que isso tudo fosse uma imaginação de um anseio carrasco, queria que fosse um sonho que me trouxe a tona tudo que eu não queria materializar, pois acordaria e tudo se resolveria, porém, visualizo uma areia movediça, onde, quanto mais tento sair, mais adentro em seu intimo.  
O destino parece ser um sábio que utiliza de anedotas para o meu aprendizado. Será que as nuvens obscuras não sumirão para que os raios de sol toquem minha epiderme? Mas tenho uma certeza que amanhã não será um dia qualquer, pelo menos espero, por isso começarei meu amanhecer dando um suspiro de um gladiador, quando está à frente de seu oponente...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Se os Tubarões Fossem Homens...


“Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.”
                                                                                                         Bia Moreira.



Nem preciso mencionar nada sobre esse texto, pois ele representa uma crítica muito bem fundamentada sobre essa organização da sociedade humana.

Sinto Falta...


Há em todo momento aquela súbita sensação de saudade, daquilo que se foi, mas ao mesmo tempo deixou sua marca gravada. As imagens se encaixam como se fossem peças de um quebra cabeça, formando um filme de tudo que vivi e senti todo esse tempo. A saudade que era um estranho desconhecido se torna um companheiro, que mesmo que você não deseje a sua companhia, ela está ali, pronta pra abrir seu saco de recordações, boas ou ruins, com lembranças de amores passados, lições aprendidas, dores sofridas e principalmente as perdas, e essas são as que mais maltratam.
A saudade conduz aqueles momentos que por mais que sejam curtos e rápidos, ficam gravados como uma tatuagem na face. Eu sinto falta de tanta coisa nessa vida, sinto falta de quando existia um vicio profícuo pelo romantismo, onde todas as mulheres gostavam de flores e poemas, sinto falta do beijo caloroso e apaixonado de quem me amava de verdade, sinto falta das composições que falavam de amor, sinto falta de olhar para as estrelas com um pensamento no futuro a dois.
Não entendo como é possível produzir anexos e encaixes tão perfeitamente com todas as minhas recordações. Como posso reviver cada momento, em um piscar de olhos? Acho que mesmo que não queira, vivo, pois eles fazem parte e vivem em mim. A saudade se encravou não só no meu peito, mas em cada sinapse conduzida pelos meus axônios...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

attraverseremo...


Acabo de vim de uma sessão espetacular de cinema, onde me encantei com um filme que me trouxe uma explicação para a busca do equilíbrio interior. O filme mostra as crises existenciais e a dificuldade em se relacionar da protagonista, e também a forma dela para a resolução de seus problemas, fugindo de tudo e de todos. Lisa( a protagonista) é bem sucedida na carreira e tem um marido que a ama. Porém como já era de se esperar ela se sente só e incompleta, e possui um bel-prazer por mudança, ela resolve então viajar, resolve conhecer lugares e pessoas, a qual fica um tempo na Itália, na Índia e por fim Bali. Cada lugar, cada pessoa, torna-se uma fase evolutiva para Lisa, ela passa a ter um paladar mais expressivo, descobre o poder que existe em uma oração, e por fim, o principal na vida de uma pessoa equilibrada, a descoberta do amor verdadeiro. Como Lisa diz, ela tem um novo apetite pela vida. O que mais gostei foi quando ela começa a utilizar uma palavra que significa “vamos atravessar”, pois ela faz uso toda vez que aparece uma dificuldade pela frente, então por que não terminar com ela? ATTRAVERSEREMO!!!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Final feliz?

Por alguns segundos de euforia pensei que aquele abraço fosse relmente durar. Durar  mais do que todas as voltas que os ponteiros do relogio podem dá seu em proprio eixo, que aquela sensação fisiologica de bem estar e de segurança que senti quando me encontrei nos braços dela, fosse parar o tempo, para que eu pudesse aproveitar o máximo cada milésimo de segundo, só que não passou de uma fantasia que meu inconciente produzira, pois o sentimento é tão sem sentido quanto essa solitária imaginação.
Será que esse abraço não passa de um sintoma? Ou seja, um sinal subjetivo sentido pela pessoa iludida pelos ferorhormonios de alarmes e não observado por quem é mais importa nesse instante. O que se passa na cabeça de uma pessoa para que ela mova o corpo de modo cadenciado sobre a dor de outra? As vezes quando paro e tudo fica quieto, esculto o lamento agudo do meu coração no breu da minha cavidade torácica, e invisivelmente tento colocar uma focinheira nesse leão raivoso que me devora aos poucos.  
A dor que trago no peito é tão duradoura e intença quanto a de Prometeu, personagem da mitologia grega que tinha suas vísceras dilaceradas todos os dias por uma águia. Quando consiguirei chegar ao fim dessa epopéia que não se cansa de fatigar meus pensamentos? Essa fábula nunca chegará a ter um final feliz? O mocinho e a mocinha não serão felizes para sempre? Essas perguntas se assemelham com neuronios danifcados, podem até existir, porém não conseguem conduzir uma resposta ao seu orgão alvo...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nada Fácil!


Tenho me perguntado qual o motivo de tantos desafios que tenho que enfrentar, será que em uma vida passada fui muito cruel? Será que é apenas uma fase? Não sei, mas me sinto como um toureiro que se encontra no centro de uma arena frente a frente com seu maior inimigo, um touro, que com seu olhar frio e sombrio coloca medo em todos que se atrevem a se colocar no seu caminho, risca o chão com seus cascos, intimida com seus chifres grandes e afiados, e sem pensar duas vezes, vem de encontro ao seu alvo, que o aguarda pronto para se defender, com uma coragem inacreditável, e com movimentos suaves e belos o toureiro se desvia graciosamente do touro, podendo arranca aplausos dos que apenas assistem imaginando ser tão fácil essa batalha entre fera e homem, sem imaginar que nesse confronto um dos dois sairá ferido.
Não sei se tenho a mesma facilidade e coragem de está sempre enfrentando meus inimigos mais de uma vez, por que a minha capa vermelha já se encontra sem cor, então como tirar atenção do meu inimigo para poder derrotá-lo? Só acho que com tantas portas se fechando ao mesmo tempo, tenho que me preparar para que com minha capa mesmo sem nenhuma tonalidade, possa ludibriar esses touros que enfrento todo o dia...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Será tarde?


Às vezes, tento entender como uma pessoa pode sufocar o que sente por outra? Como deixar um sentimento tão importante e decisivo na sua vida preso? Amordaça-o e o acorrenta no fundo do peito no lugar mais profundo possível, será que é medo ? E se for, de que será? Não sei por que dificultar o caminho com pedras e cascalhos, se ele por si só já é tão fácil de seguir.
  Só sei, que cansei de esperar, cansei de pensar demais, só queria uma decisão que pudesse mudar essa vida que fica perambulando dentro de tantas outras, porque não ficar em apenas uma só? Estacionar esse coração que fica sem saber onde vai descansar, mas quem disse que é fácil mostrar o que tem por baixo desse “Don Juan”? Seria tão prático se todos percebessem que existe um cara que queria somente ficar com alguém que ele goste.
Apenas sou desse jeito, ninguém é perfeito, um pouco inseguro, mas falei, abri meu coração,  por muito tempo eu calei não sei porque esse sentimento, mas agora me sinto mais leve e menos culpado por não ter dado certo, fiz tudo que estava meu alcance, mesmo se todos os meus esforços não tenham dado em nada...

Erros

   
    Em uma busca pela internet tentando baixar uma música, acabo encontrando uma música na qual me identifico, ela mostra que a experiência dos erros é tão importante quanto à experiência dos acertos, por que vistos de um jeito certo, os erros, eles nos preparam para nossas vitórias e conquistas futuras.
   Por que não à aprendizado na vida que não passe pela experiência dos erros. Essa música é uma metáfora, onde o autor utiliza um caderno para falar da vida, e sendo assim quando os erros cometidos eram demais, apenas uma virada de página fazia com que os erros caíssem no esquecimento.
   Era um jeito interessante de descobrir a graça que há nos recomeços, e assim ao virar a página os erros cometidos deixavam de incomodar e a partir deles seguir um pouco mais crescido.

Tempo

   
    Hoje me deparei com um peso que jamais tinha notado antes, minhas estruturas anatômicas mais cansadas do que de costume, articulações emitem sons jamais ouvidos antes, minha estruturas moles mais hipotônicas do que o comum.
Percebi que o tempo voou e quase não cheguei e nem consegui quase nada do que eu almejei, será que tô no caminho certo? Será que entrei em algum desvio quando abaxei a cabeça em algum momento da minha caminhada? Bem isso eu não sei, só sei que "ainda sou o mesmo homem".
    Amadureci muito em relação a estudos, pois agora so um acadêmico, evolui com os erros cometidos, mas principalmente consegui ser uma pessoa mais acessível e mais fácil de se compreender, e o mais importante percebi que nada mais absolutamente nada vai ser pra sempre, mesmo que eu queira, então como diz o poeta "  é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, por que se você parar pra pensar na verdade não há..." e se tem uma coisa que eu fiz muito na minha vida foi dá muito amor pra todas as pessoas que convivi, as vezes fui rude e grosso, porém, mudei e tento não repetir mais esses momentos de insensatez.
    Enfim fico velho, mas aprendo cada vez mais como se lidar com esse mestre que se chama tempo.
E assim vou vivendo em busca do futuro que me explique todas as indagações que faço.